Nota Técnica da Sociedade Brasileira de Nutrição Oncológica sobre os Cuidados Nutricionais em Oncologia frente à Pandemia de Covid-19
Renata Brum Martucci, DSc.1; Ana Maria Calabria Cardoso, MSc2; Carin Weirich Gallon, DSc.3; Erika Simone Coelho Carvalho, MSc4; Izabella Fontenelle de Menezes Freitas, Especialista5; Lilianne Carvalho Santos Roriz, Especialista6; Luciana Zuolo Coppini, MSc7; Luciane Beitler da Cruz, Dsc8; Maria Amélia Dantas, Especialista9; Maria Lúcia Varjão da Costa, MSc10; Nádia Dias Gruezo, DSc11; Viviane Dias Rodrigues, MSc12; Nivaldo Barroso de Pinho, DSc13
INTRODUÇÃO
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo coronavírus (SARS-CoV-2) foi descoberto no final de 2019 na China, sendo a doença considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma pandemia, chamada de COVID-19 (coronavirus disease 2019). SARS é a sigla para “severe acute respiratory syndrome” ou síndrome respiratória aguda grave, que é a principal característica da infecção, que se espalha principalmente pelo trato respiratório, por gotículas, secreções respiratórias e contato direto1.
O paciente com câncer, seja em tratamento ou o sobrevivente, possui características que podem propiciar as formas mais graves da doença e maior mortalidade, entre essas podemos citar a maior idade, presença de comorbidades, hipoalbuminemia, tratamentos imunossupressores, tabagismo entre outras2-6. Alguns sintomas como náuseas, vômitos, diarreia, anosmia, disgeusia já foram relatadas em pacientes com COVID-19 7,8. Sabemos que a presença desses sintomas está fortemente associada com a desnutrição na população oncológica brasileira9.
Documento recente sobre o fluxo de assistência nutricional de pacientes com COVID-19 em unidade hospitalar, considera que idosos ≥65 anos, adultos com Índice da Massa Corporal (IMC) <20,0 kg/m², pacientes com risco alto ou lesão por pressão, pacientes imunossuprimidos, inapetentes, com diarreia persistente, histórico de perda de peso, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, pneumopatias estruturais, cardiopatias, incluindo hipertensão arterial importante, diabetes insulinodependente e insuficiência renal são considerados pacientes em risco nutricional8.
Segundo Instituto Nacional de Câncer Jose Alencar Gomes da Silva (INCA), as pessoas com câncer que estejam em tratamentos de quimioterapia, radioterapia, que tenham feito cirurgia a menos de um mês ou que façam uso de medicamentos imunossupressores fazem parte do grupo de risco10.
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